O marketing digital consegue equilibrar tecnologia e criatividade?

O marketing digital vive um dos momentos mais transformadores de sua história, e as projeções para 2025 apenas reforçam essa tendência. Com a convergência entre dados, tecnologia e comportamento humano, tanto empresas quanto agências enfrentam o desafio de se reinventar continuamente para acompanhar as mudanças e atender às expectativas de um consumidor cada vez mais exigente.

Hoje, o uso de dados em tempo real deixou de ser um diferencial e se tornou uma necessidade. As marcas que desejam se destacar precisam ir além da segmentação genérica, que já não atende à complexidade das jornadas de compra. A conexão com o consumidor exige campanhas personalizadas que reflitam as aspirações de suas audiências, sempre pautadas pela transparência e respeito à privacidade dos dados compartilhados.

Em 2024,o Brasil registrou 187,9 milhões de usuarios de internet representando 86,6% da população. Desses, 144 milhões são usuários ativos de mídias sociais, correspondendo a 66% da população e um aumento de 1,4% em relação a 2023. Esse dado evidencia a importância crescente das redes sociais como espaços de interação e descoberta para os consumidores modernos.

As redes sociais, protagonistas no marketing digital, continuam a atrair consumidores por longos períodos diários. Esse comportamento abre novas possibilidades para marcas em plataformas que favorecem descobertas orgânicas e interações genuínas. Neste cenário, a Meta se destaca na integração de audiência ao oferecer um funil de conversão completo, onde o usuário é transformado em lead, evolui para oportunidade e, posteriormente, para visita. Com a utilização de CRMs robustos, é possível enviar sinais à Meta que indiquem quais são os usuários com alta qualidade, garantindo uma jornada eficiente e orientada a resultados.

Olhando para outras plataformas, o YouTube tem se consolidado como um ponto essencial para estratégias de conteúdo, especialmente com o crescimento dos Shorts, que oferecem vídeos curtos e dinâmicos capazes de captar rapidamente a atenção dos usuários. Essa funcionalidade não apenas amplia o alcance, mas também aumenta o tempo de engajamento. Ao manter os espectadores conectados por mais tempo e integrar conteúdos mais longos e curtos de forma estratégica, as marcas conseguem criar jornadas envolventes, atrair novos públicos e incentivar a interação contínua, potencializando resultados e fortalecendo a presença digital.

Outro avanço crucial nesse ecossistema de dados é a evolução dos Data Clean Rooms, que estão redefinindo o compartilhamento seguro de audiências entre empresas. Esses ambientes protegidos permitem que marcas combinem suas bases de dados com parceiros e plataformas – de forma anonimizada, sem expor informações sensíveis – para criar segmentos hiper-relevantes e relatórios detalhados de jornada de impactos. Na prática, um varejista pode cruzar seus dados de CRM com os padrões de consumo de uma marca da indústria que possua uma base de clientes em um data clean room. Em cases recentes, alcançamos melhorias de até 30% em métricas de interesse. Essa abordagem não só respeita a privacidade, como transforma colaboração em vantagem competitiva, especialmente para retailers que operam marketplaces e marcas com estratégias omnichannel.

A inteligência artificial (IA) ocupa um papel central nessa evolução. Mais do que criar anúncios, ela permite entender com precisão por que determinadas abordagens funcionam. Atualmente, a IA facilita a interpretação de dados, tornando as informações complexas mais acessíveis. Ferramentas que analisam vídeos frame a frame ajudam a identificar padrões e entender melhor o comportamento do público em cada conteúdo. Isso possibilita o ajuste de campanhas, a criação de narrativas mais envolventes e a otimização de resultados, garantindo que cada ação gere maior impacto. No entanto, a IA não substitui a criatividade humana, ela agrega. O diferencial está em como os profissionais saberão integrá-la ao seu trabalho, ampliando sua capacidade de gerar resultados e insights.

Ao olhar para o futuro, é essencial que marcas e agências unam tecnologia, criatividade e sensibilidade humana. Quem deseja se preparar para o que está por vir precisa abraçar essa integração, estar atento às mudanças no comportamento do consumidor e explorar novas plataformas e estratégias. O marketing digital de 2025 será marcado por desafios, mas também repleto de oportunidades para quem estiver disposto a inovar e se adaptar.
 

Rafael Pittigliani, especialista em marketing digital e CEO da NeoPerformance, possui mais de 15 anos de experiência no mercado. Atuou na liderança de equipes e no desenvolvimento de metodologias inovadoras para otimizar resultados de grandes marcas. Ao longo da sua carreira, gerenciou clientes como Mastercard, Nestlé, Anhembi Morumbi e L’Oréal, além de ter liderado a reestruturação do departamento de marketing online do Peixe Urbano, contribuindo diretamente para o sucesso na venda da empresa. Atualmente, à frente da NeoPerformance especialistas em marketing digital e retail media, Rafael lidera projetos que utilizam dados e soluções tecnológicas para mapear todo o funil de vendas, otimizando sinais para as plataformas e identificando perdas e oportunidades de crescimento.

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