Marketing em solo brasileiro: por onde começar sem se perder

Começar no marketing do zero pode parecer um bicho de sete cabeças ainda mais agora, em um cenário onde tudo muda rápido e onde IA, funil, lead, SEO, tráfego, e-commerce e delivery já fazem parte da rotina até de quem nunca pensou em trabalhar com digital. A verdade é que, hoje, quem não olha para marketing acaba perdendo espaço, relevância e, em muitos casos, deixando dinheiro na mesa.

E apesar de todas essas buzzwords assustarem quem está dando os primeiros passos, o jogo não começa com campanhas mirabolantes ou investimentos altos. Na real, começa com organização. Com entender o básico, saber de onde vêm seus clientes e quais ações realmente funcionam. Como lembra Rogério Passos, CEO da Link3, Agência de Marketing Digital, o segredo está em organizar o básico antes de qualquer investimento: “O primeiro passo é analisar os números do ano vigente, entender de onde vieram os seus leads e quais ações realmente deram resultado”, explica.

Antes de pensar em campanhas e anúncios, o empreendedor precisa ter clareza sobre o que já funciona em seu negócio. “Mesmo que você não tenha feito marketing estruturado, você precisa mapear de onde vieram os seus contatos, que podem ser indicações, parceiros ou redes sociais”, orienta Passos.

Essa análise permite identificar oportunidades e definir prioridades: “Se meus leads vêm mais de Google, por exemplo, eu preciso focar em conteúdo, autoridade e tráfego nesse canal”, completa.

O passo seguinte é entender o que os concorrentes estão fazendo. Essa análise é essencial para aprender com acertos e erros de outras empresas: “Você precisa ver o que despertou engajamento nas redes deles, quais conteúdos geraram leads e onde eles estão investindo”, afirma Passos. Esse mapeamento permite descobrir oportunidades de diferenciação e segmentos pouco explorados.

Muitas empresas cometem o erro de investir em anúncios sem antes organizar os elementos essenciais de marketing. Para Passos, o ponto de partida é o site e as redes sociais:

Site bem estruturado: “O site precisa mostrar de forma clara seus produtos ou serviços, carregar rápido e ter uma identidade visual coerente. Sem isso, qualquer investimento em tráfego vai ter retorno limitado”, alerta o CEO.

Redes sociais consistentes: Frequência, identidade visual e linguagem clara são fundamentais. “Não adianta postar de qualquer jeito, sem se comunicar na língua do seu cliente”, diz.

Google Meu Negócio atualizado: Fotos, horários corretos, avaliações e chat integrado ao WhatsApp são indispensáveis para quem depende de clientes locais.

Não adianta criar campanhas com base em achismos. “O maior erro no marketing é não saber para quem você está falando. Você precisa entender o que seu cliente quer ver, como ele consome conteúdo e quais formatos geram mais engajamento”, afirma Passos.

Isso inclui testes A/B de criativos, formatos (vídeos, imagens, carrosséis) e até segmentação de público: faixa etária, nível de qualificação ou interesse específico.

Uma estratégia de marketing só funciona quando há alinhamento com o comercial. “O comercial é nosso radar. Ele traz a dor real do cliente, mostra se o lead é qualificado e nos direciona para as oportunidades certas. Sem isso, não há marketing que funcione”, ressalta.

Para 2026, Passos destaca a importância de trabalhar com dados e acompanhar tendências. Isso inclui:

Pesquisar palavras-chave e comportamento de busca

Monitorar tendências no Google e redes sociais

Observar métricas de engajamento e conversão

Avaliar continuamente o desempenho de campanhas e ajustar estratégias

“Se você vende serviços, não produtos, não adianta apenas investir em tráfego. Você precisa gerar credibilidade, mostrar experiência e ser referência no seu segmento”, reforça Passos.

Construir autoridade envolve presença na mídia, produção constante de conteúdo relevante, participação em eventos e estratégias de SEO, como backlinks e blogs.

O planejamento de marketing para 2026 exige disciplina, análise e estratégia. Para quem está começando do zero, o caminho ideal é simples: entender o que já funciona, estruturar o básico, conhecer o cliente, integrar marketing e comercial e construir autoridade antes de investir pesado em tráfego.

Como resume Rogério Passos: “Marketing não é só investir em anúncios. É conhecer o seu cliente, organizar o que você já tem e criar autoridade para que, quando você investir, o retorno seja real e sustentável.”

Empreendedores que entenderem essa lógica e aplicarem esses passos terão mais chances de se destacar em um mundo digital competitivo, construindo crescimento consistente e duradouro em 2026.