Em mais de duas décadas navegando entre agências, clientes e dados, uma certeza se fortaleceu na minha trajetória: marcas que não contam histórias não vendem. E por histórias, não me refiro apenas a boas campanhas, mas à construção constante de valor – o tipo que precede qualquer clique ou conversão.
Num ambiente digital lotado de estímulos, onde métricas como curtidas e comentários são acessíveis e sedutoras, é fácil cair na armadilha da vaidade. Mas performance real não se mede apenas por alcance ou engajamento. Ela se mede por percepção. E ela se constrói com consistência, propósito e presença.
Branding é performance. E vice-versa.
É hora de romper a dicotomia equivocada entre branding e performance. A publicidade tradicional sempre entendeu isso: TV, rádio e outdoor não vendem imediatamente – mas o fazem porque criam lembrança e relevância.
Hoje, temos à nossa disposição a capacidade de fazer isso no digital com muito mais eficiência e segmentação. Mas ao focarmos apenas em campanhas de conversão, esquecemos que ninguém clica em quem não conhece ou não confia.
É por isso que marcas precisam aparecer – com frequência, verdade e propósito.
O estudo “A Força do Propósito: Por que o Branding é Importante na Era Digital” da WSI World reforça com dados algo que percebemos todos os dias no mercado: propósito vende. E vende muito mais que desconto.
O estudo citado mostra que 76% da geração Z e 62% de todas as faixas etárias valorizam os valores de uma marca na hora da compra. Isso significa que as pessoas querem pertencer – e não apenas consumir. Querem comprar de marcas que espelham seus valores, não só seus desejos.
Performance com propósito: o novo ROI
ROI não é só retorno sobre investimento. É também Retorno sobre Identidade.
O futuro da comunicação está em unir consistência de marca com inteligência de dados. Transformar conteúdo em experiência. Reputação em relevância. Curtidas em confiança. E confiança, sim, em conversão.
Se você é gestor, empreendedor ou profissional de marketing, minha provocação é:
1. Sua marca está aparecendo?
2. Está dizendo ao mercado por que ela importa?
3. Está sendo lembrada no momento da decisão?
Se a resposta for “não sei”, talvez seja hora de repensar a estratégia. Não para abandonar a performance. Mas para torná-la mais humana. E, portanto, mais eficaz.
Daniel Rost Dreyer é profissional com mais de 20 anos de experiência em marketing digital, comunicação empresarial e estratégias orientadas por dados. É CEO e sócio da Boome Performance Digital, além de sócio da Gampi Casa Criativa e da LYP.
Especializado em Marketing Digital e Estratégia Data Driven pela PUC-RS, é reconhecido por integrar criatividade e tecnologia para impulsionar resultados em campanhas digitais. É autor de artigos sobre branding, performance e inovação em comunicação, publicados no Medium e na Associação Riograndense de Propaganda (ARP).