Na nova lógica de consumo impulsionada pela creator economy, marcas que apostam em cocriações ganham mais do que apenas visibilidade: constroem desejo. É o caso da SOFT Ice Cream, rede de sorvetes artesanais servidos em modelo expresso, que vem acumulando resultados expressivos a partir de collabs com outras marcas e criadores de conteúdo.
A mais recente, feita com o Moka Clube para celebrar o Dia Mundial do Café, alcançou R$ 98 mil em faturamento, sendo responsável por 34,2% da receita do período e 30,2% das unidades vendidas nas 14 lojas da rede no país. A edição limitada contou com seis produtos que uniam café especial e sorvete em criações como o “Affogato Caramelo” e o “Milkshake Baunilha com Cold Brew”.
“A collab com o Moka Clube foi muito além do produto. Criamos uma experiência nova, mostrando como o café e o sorvete podem se complementar de maneira surpreendente”, explica Matheus Krauze, sócio-fundador da SOFT. “Quando há sinergia de propósito entre as marcas, o potencial de impacto é enorme”, complementa.
De drinks com Jambu a matchá com frutas vermelhas
A SOFT é um bom exemplo de marca que aposta continuamente em parcerias criativas. Entre as colabs mais marcantes estão:
Janela Bar (2021): sobremesa com bacon caramelizado;
The Coffee (2023): cinco produtos à base de matchá, incluindo milkshake e casquinhas mistas com frutas;
Carmel’s (2024): sobremesas temáticas com pipocas gourmet de flor de sal e chocolate meio amargo;
Bacco Destilados (2024): drink shakes com Jambu e Nutella para o Carnaval.
Influenciadores como ponte com a comunidade
Na creator economy, o conteúdo gerado por criadores é um ativo estratégico. A marca tem estruturado um trabalho com influenciadores do nicho gastronômico, utilizando majoritariamente o modelo de permutas, especialmente em nível local.
“Grande parte dessas parcerias são feitas por permuta, o que nos permite divulgar a marca de forma natural, valorizando a experiência real com o produto. Além disso, nossos franqueados são sempre orientados a buscar influenciadores locais, o que fortalece a conexão com o público de cada região e traz mais relevância para a comunicação”, destaca a empresa.
Apesar da presença crescente de criadores em suas ações, a base de crescimento da marca continua sendo a divulgação orgânica, resultado direto da experiência encantadora de seus clientes. “Com o apoio estratégico de criadores de conteúdo, buscamos ampliar esse alcance, sem abrir mão da essência que construiu nossa marca até aqui”, reforça Krauze.
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Parcerias que viram negócio: o poder das collabs estratégicas
E esse movimento não é só local. No setor da beleza, a farmacêutica Carmed se juntou à Fini para lançar uma linha de hidratantes labiais com gostinho de bala e o sucesso foi imediato: R$ 40 milhões em vendas em apenas 20 dias, superando a meta anual da marca.
No varejo, a parceria entre Magazine Luiza e AliExpress também chamou atenção ao ampliar o mix de produtos disponíveis para os consumidores. No dia do anúncio da collab, as ações do Magalu subiram 12%, sinalizando a confiança dos investidores nesse tipo de estratégia.